observando a nossa realidade de forma crítica, na condição de professor preocupado com a educação como direito a todos os humanos, afirmo: Há necessidade urgente de reformar nosso sistema educacional. Em nome das pessoas que enfrentam lutas diárias, maiores que as minhas. Sou incapaz de mensurar essas barreiras cotidianas porque ainda posso: ouvir, ver, andar, correr e enfrentar meu cotidiano de modo mais confortável, em relação a outras pessoas que, por terem uma condição biológica diferente da minha, não acessam os mesmos espaços, as mesmas informações, em fim, os mesmos recursos e direitos. Enquanto não garantirmos a minimização da disparidade educacional entre pessoas com deficiência e pessoas com deficiência em potencial ( todos nós somos suscetíveis a alguma deficiência adquirida durante a nossa vida) estaremos em dívida com nós mesmos, com nossos familiares, vizinhos, alunos, etc. A reforma educacional deve começar na educação superior. Justamente onde começa a formação de novos profissionais da educação e de outras áreas. Em seguida o currículo do ensino médio deve ser modificado com a criação de disciplinas como a Libras para alunos surdos, o braile para alunos cegos,e a inserção de temas transversais que tratem da cidadania e do direito. Em paralelo, o ensino básico também deve ser reformado, oportunizando acesso linguístico a alunos surdos, a introdução ao alfabeto braile para alunos cego. Sem contar os espaços físicos da escola e da disponibilização de recursos matérias e de capacitação de professoras e professores para utilização desses recursos com alunos com atrasos intelectuais, com altas habilidades, e outras diferenças de ordem cognitiva que indivíduos da nossa espécie venham ter.
